terça-feira, 5 de agosto de 2008

Orgulho da Mamãe

Se você tiver sorte, você não vai precisar escolher.

Mas acontece que eu não sou o cara mais sortudo do mundo. E isso não é novo. Isso começou antes mesmo do meu nascimento, enquanto os meus pais ainda trepavam. Aliás, o fato deles terem trepado é inconcebível. Às vezes parece que a minha própria mãe acha que foi uma cegonha que me trouxe ao mundo. Sexo, pra ela, é algo demoníaco.

Quando eu falava de pum e meleca com os meus amiguinhos do MSN, a mulher aparecia mais tarde no computador pra ler do que eu tava falando. Ver em que sites eu entrei. Ver o que eu digitei. Ver onde eu cliquei. Tudo pra minha segurança, claro. A velha perdia horas e horas de sua vidinha medíocre e desocupada pra ler as mais criativas piadas sobre peidos. Obviamente, pra minha proteção. Completamente paranóica, ela achava que tava me fazendo um grande bem.

Ela não estava.




Minha mãe simplesmente tinha medo de sexo. Sexo é assustador. Sexo é errado. Todos nós estamos no mundo por causa de cegonhas. Algo assim... é por aí. Gente normal não pode compreender a mente dela. A cabeça dela funciona diferente, é como se ela tivesse sofrido uma lavagem cerebral. E eu acho que a minha mãe realmente sofreu uma.

Ela sempre foi esquisitona, na verdade. Sempre foi o que ela chama de ser "preocupada". "Perfeccionista". "Uma boa mãe". Sempre achou que eu ia morrer se ficasse por mais de um minuto fora do campo de visão dela. Sempre achou que os meus amigos não eram bons pra mim. Sempre achou que a internet era algo do mal, algo cruel. Mas nunca soube explicar por quê. Ela percebia que havia algo de errado ali, mas não sabia definir que era. Aquilo era uma armadilha. Uma bomba relógio. Mas como saber o que aconteceria quando explodisse?

Minha mãe não sabia. Até entrar no grupo das "Donas-de-Casa Cristãs Contra a Pornografia na Internet". Até sofrer a tal maldita lavagem cerebral.

Bem, o negócio funcionava basicamente assim: se você fosse uma gorda desocupada e ignorante, com um penteado ridículo e um marido que te considera uma empregada doméstica, você aparecia lá. Então você encontrava mais uma porrada de gente assim e uma velha plastificada, apresentando terríveis slides de pornografia em um telão. É doentio. Imagine aquelas mulheres inúteis passando tardes inteiras vendo um menininho algemado chupando um velho gordo. Imagine aquelas mulheres vendo cachorros se lambusando na boceta de uma menininha que ainda não sabe o que é "menstruação". Imagine elas vendo um cavalo metendo o seu caralho imenso e fedido no cu de uma velha murcha de 74 anos. "Sendo penetreda por um enorme pênis eqüino" é como eles chamavam. Imagine o que se passava na cabeça doentia dessas mulheres. Na verdade, é muito simples. Elas apenas concluem: isso é a internet.

Minha mãe e sua fortíssima personalidade conservadora ficou chocada. O filho dela estava em casa, naquele instante, provavelmente brincando com o computador. O menininho estaria jogando os joguinhos do site do Discovery Kids e da Nickelodeon quando de repente abriria uma janelinha de uma oriental acorrentada com um rombo ensanguentado entre as pernas. Isso iria corromper o inocente menino dela. Ia estragar a vida dele pra sempre. Ela não podia deixar.

Ser preocupada era ser paranóica. Ser perfeccionista era ser fresca. Ser uma boa mãe era destruir a vida do filho.

Ela arrombou a porta de casa e subiu correndo pro meu quarto. Quando ela entrou, eu mal tinha terminado de começar a digitar "peitos" no Google Imagens. Sei lá, eu tinha uns 10 anos quando resolvi ver mulheres peitudas no computador. Mas acontece que antes da página terminar de ser carregada a minha mãe pegou o monitor do computador e estourou o negócio na parede com uma força descomunal. Pelo resto da semana, a minha mãe parecia não piscar. Estava sempre bufando, com os olhos arregalados, toda descabelada.

Ela tinha pirado que nem nos filmes. Eu, com os meus 10 anos de experiência de vida, fiquei apavorado. Caralho, o que ia acontecer quando abrisse a página dos peitos? Eu não saberia. Eu não podia saber. Eu estava proibido de saber. Pelo menos até eu ir dormir na casa do Pedrinho.

Foi no final de semana seguinte que o meu pai falou que a minha mãe estava "tendo problemas" e que eu devia ir dormir na casa de algum amigo. Eu escolhi o Pedro. Ele tinha internet. Sábado, de noite, passamos a noite brincando nela. Jogamos os tais joguinhos do site do Cartoon Network e não apareceu nenhuma janelinha de putaria perto da gente.

Porém, no meio da noite, quando meu amigo já tinha dormido, eu comecei a ouvir a minha mãe. No fundo da minha cabeça, eu ouvia a minha mãe falando pra eu nunca mais pensar em digitar uma coisa daquelas. Eu ouvia o computador estourando contra a parede. Eu ouvia ela gritando comigo. Se eu fechasse os olhos pra dormir, eu via o rosto vermelho dela molhado de lágrimas.

Meudeus, que porra ia acontecer se eu procurasse "peitos" no google!? Eu não podia saber. Tudo que eu ouvia era ela falando: "não procure peitos". "Não procure peitos". "Não procure peitos".

"Peitos".

"Peitos".

Peitos.

Merda. Eu suava. Eu precisava decidir. Se você tiver sorte, você nunca vai precisar escolher. As pessoas com sorte não precisam escolher o que fazer na vida delas. Elas simplesmente fazem. Elas simplesmente vivem. Tem gente que tem sorte o suficiente pra nunca precisar decidir entre a pílula azul ou a vermelha. Eu não tinha. Eu tinha que escolher entre viver eternamente num mundo alegremente falso ou encarar a verdade por mais assustadora que ela pudesse ser. Eu poderia me trancar eternamente no tedioso Jardim do Éden ou experimentar uma deliciosa maçã e ver o que tem de errado no mundo. Eu tinha que escolher. Me deram as opções. Agora eu tenho que escolher.

P-E-I-T-O-S, eu digitei.

Bem, eu vi algumas tetas na internet. Grande coisa.

Voltei pra cama e tentei dormir. Mas não dava. Não, não era possível. Não era só isso. Tinha que ter mais alguma coisa pra ver ali. Além do mais, eu não podeia desperdiçar aquela oportunidade considerando que a minha mãe jogou o meu computador na parede do meu quarto. Então eu me levantei.

Levantei silenciosamente e procurei "bunda". Credo. Digitei "bunda mulher" e achei fotos melhores. Depois de ver algumas bundas nas mais lindas e variadas formas, voltei pro colchão em silêncio, enquanto meu amigo roncava. Fiquei deitado, pensando... como é que era aquela palavra que minha mãe odeia? Aquela que o Dudu falou e ela nunca mais me deixou chegar perto dele? Ah, boceta!

Procurei "boceta".

Procurei "piroca".

Procurei "pau fodendo boceta".

Procurei "download free videos hardcore sick porn".

Procurei tudo que conseguia pensar de mais absurdo. Tudo de mais errado. Procurei tudo que a minha mãe me proibia de ver. Ela me ensinou detalhadamente coisas de que eu nunca tinha ouvido falar, só pra dizer que eu não podia fazer. Ela me deu uma porrada de pílulas vermelhas e uma azul. Deliciosas balinhas vermelhas e docinhas, mastigávies e suculentas. A azul era azeda e tinha passado da validade. Eu acho que eu não podia resistir. Nenhuma criança resiste a uma coisa dessas. Na verdade, nem adultos resistem.

Vamos falar um pouco de história.

Durante a Lei Seca, bebidas alcoólicas eram ilegais. O governo não sabia que certas coisas não podiam ser evitadas. Eles até ensinavam receitas pra bebidas só pra dizer que você não podia fazer. "Não misture isso com aquilo, pois assim obterá uma bebida ilegal". Eles achavam que estavam fazendo um grande bem à população. Menos bêbados, menos malucos, menos crimes, menos violência, menos gente passando mal e vomitando por aí. O mundo seria lindo. Aquela velha ideia clichê da "gaiola de ouro".

Bem, vocês sabem que não foi o que aconteceu. Não preciso dizer que não funcionou. Não preciso dizer que isso foi um desastre. Não preciso dizer que, sem fiscalização, as bebidas baixaram de qualidade e muito mais gente teve problemas de saúde por beber tanta merda misturada. Acho que não preciso dizer que a violência aumentou com uma porrada de gângster se matando e entrando pro mundo do contrabando do ácool. Não preciso dizer que a corrupção policial aumentou pra caralho e que as pessoas perderam a confiança no governo. Bem, acho que não preciso dizer como foi que essa história acabou.

Então tá. Vou contar como foi que a minha história começou:

Eu pirei. Perdi o controle. Depois daquela noite, eu não podia perder mais nenhuma oportunidade. Eu era só uma criança sem internet... e pra cada par de nádegas ou seios vistos na rua, eu tinha que sacrificar a inocente vida de um ganso. Nenhum podia escapar. Alguém pode deixar um decote daqueles passar em branco? Alguém consegue ficar sem gozar pelo menos uma vez imaginando a bunda por trás daquela mini-saia? Eu não. Simplesmente impossível. Tinha que guardar a imagem na cabeça e evitar o meu pau duro de ser visto até entrar num boteco fedido e tirar aquelas imagens da minha cabeça. Era o único jeito. Junto com os meus amáveis filhos em forma semi-líquida, as imagens só iam embora quando eu apertava a válvula de descarga do banheirinho do boteco.

Na escola, as coisas eram ainda piores. Toda manhã eu tinha que decidir se procurava uma calça de tecido bem grosso pra evitar que o meu enrigecido pênis fosse notado pelos colegas ou uma de tecido bem fino que possibilitasse uma confortável punheta em sala de aula, de forma que eu não precisasse botar o pau pra fora.

Era uma verdadeira tortura. Se você tiver sorte, você não vai precisar escolher entre o ruim e o pior ainda.

Era terrível. Garotas tão gostosas deviam ser mantidas em colégios separados. Porra, além de todas aquelas mais velhas, eu tinha que resistir àquelas tetinhas durinhas e inchadas das inocentes menininhas em desenvolvimento da minha sala. Passava manhãs inteiras mancando com uma besta furiosa amarrada entre as pernas. Passava manhãs inteiras temendo que alguém notasse o movimento estranho no meu braço direito ou que a professora me chamasse ao quadro antes disso, enquanto o meu pau estava em potência máxima, pedindo pra ser visto. E pra piorar, além disso, eu fedia.

Minhas roupas fediam a gozo, mas por acaso fiquei conhecido como "o garoto do peixe". Tempos depois, conforme os alunos da minha turma iam se aprofundando no mundo do sexo, esse apelido acabou. Primeiro foram os meninos. Eles não me chamavam mais de "o garoto do peixe". Nada a ver, como eles puderam confundir o cheiro com peixe? Eles simplesmente nunca mais me chamaram de nada.

Anos mais tarde, as meninas também pararam de falar comigo. O constrangimento de terem arrumado um apelidinho sem sentido pra mim estava impregnado junto com o cheiro de esperma nas minhas calças. Eles se sentiam mal na minha presença. A minha simples essência trazia desconfortáveis memórias a todos que me cercavam. Subitamente, todos me odiavam. Mas foda-se, não é mesmo? Eu não tinha tempo pra me preocupar com os outros. O mundo girava apenas em torno do pau.

Passava dias cultivando punhetas e era só em casa que as coisas finalmente melhoravam. Geralmente eu chegava arrombando a porta do banheiro e me livrando daquelas lindas memórias que me assombravam. Estava sempre sozinho, mas meus pais nunca questionavam e estavam sempre satisfeitos com aquela ausência se amigos. Aquele casalzinho inocente não desconfiava de nada. Pra eles, aquele odor não passava de algo estranho e inexplicável que estava sempre nas minhas roupas quando eu chegava da rua. Vai ver era um cheiro azedo de suor. De qualquer jeito, pouco durava… eu chegava e ia direto pro "banho".

Não tinha bem o que dar errado mas eu morria de medo da minha mãe perceber. Obviamente, ela não vê o esperma do meu pai há muitos anos, muito menos sente seu cheiro. Mas, no fundo, eu ficava imaginando o perigoso dia em que o pessoal do Donas-de-Casa Cristãs Contra a Pornografia na Internet passasse a tarde cheirando potinhos de gozo.

"No dia de hoje, vocês vão poder saber se seus filhos já foram corrompidos pelos terríveis males da pornografia". E pelo resto do dia, elas cheirariam porra.

"Com licença, senhora, tem algo grudado no seu nariz".

Talvez isso tenha acontecido, mas o fato é que a minha mãe nunca percebeu. Eu chegava em casa e, supostamente irritado com o meu estranho suor, tomava um longo banho que tirava de mim a última gota de esperma. Minha rola ficava assada. Minhas bolas murchas e secas doíam. Era a hora da vingança. Depois de me toturar por um dia todo, eu finalmente torturava o meu pau até o pobrezinho não ter mais ânimo pelo menos pelas próximas horas. A não ser que a Ângela ligasse, claro. Naquela época, quando eu tinha 11 anos, ela ligava muito.

- Alô?

Ouvir a voz daquela mulher me fazia pensar na respiração dela que me fazia pensar nos peitos dela que me fazia ter uma ereção. Ouvir a voz dela me fazia pensar nos lábios dela que me faziam pensar em um boquete. Ou então me faziam pensar na palavra "lábios" que me fazia pensar numa enorme boceta lubrificada. Talvez fosse tudo isso junto. Tanto faz. O fato é que só de ouvir ela dizer "alô", sentia-me obrigado a bater uma imaginando aquela coroa gostosa, com enormes tetas siliconadas e lábios extremamente rosados e artificialmente inchados. Sim, acredite: e hipócrita o suficiente pra ser a velha plastificada líder do grupo de donas-de-casa cristãs contra a pornografia na internet.

- Alô...?

Eu nunca respondo logo. Fico em silêncio, delicadamente aliviando as exigências do meu órgão sexual.

- Alô…? Poderia falar com a Martha…?

Eu podia visualizar aqueles lábios rosados. Aqueles lábios rosados e molhados falando baixinho no meu ouvido. Uma boceta falante.

- Tem alguém aí...? Quem fala?

Era irresistível. Ângela geme no telefone. Ela lambe o aparelho como se fosse o meu pau enquanto agarra sua enorme teta siliconada, com força, com tesão, deixando o mamilo duro e vermelho escapar por entre os dedos. Agora ela desce a mão pelo corpo, lambendo e mordendo os lábios. Ela enfia sua mão por dentro da calça jeans e por dentro da calcinha. Ela esfrega sua boceta molhada de tesão enquanto diz o meu nome. Ela geme, ela morde os lábios, ela mete a mão inteira dentro dela enquanto diz o meu nome. Ela fica dizendo o meu nome. Ela tá falando comigo.

- A-Alô? Desculpa, Ângela. Sou eu mesmo. Minha mãe saiu... quer deixar algum recado?

Pra mim, ela respondeu que sim. Ela disse pra eu dizer pra minha mãe que ela tem um filhinho muito gostoso. Ela queria ficar na cama de quatro enquanto eu comia ela por trás. Ela disse que queria que eu fodesse ela em cima da máquina de lavar. Pra mim, ela disse que queria que eu chupasse ela todinha. Mas a real é que ela só falou que ligava mais tarde.

- Ei, espera! Ângela!!!

- O que houve?

Eu chamo de "turbo". O meu braço triplica a velocidade enquanto eu escuto a Ângela gritando no telefone. Ela está gritando que vai gozar. Eu também vou. Meu Deus, lá vai. Minha rola é um vulcão. Meu pau entrou em erupção.

Gozo.

Então paro bufando… sem fôlego… e a Ângela continua dizendo o meu nome. Mas não é como antes… ela não está gritando de tesão. Ela só fica dizendo:

- Alô? Você tá bem? Jerry... Jerry Jerkins? Tá tudo bem com você…?

Eu estou ótimo. Do jeito que a minha mãe sempre quis.

3 comentários:

Luiza disse...

Medo medo medo.
Mães escrotas me dão medo.

Anônimo disse...

hahah André, tu é impressionante

Anônimo disse...

não acredito que eu li isso tudo....